quarta-feira, 29 de outubro de 2014

De Profundis



O ano é 1900 .Um indigente percorre as ruas da Cidade Luz, o sonho de todos…Paris .O semblante alegre dos transeuntes contrasta com a tristeza desse homem em farrapos. Ele esta sujo e maltrapilho, mas suas feições guardam uma estranha nobreza.Um viciado em absinto, a bebida dos artistas.O efeito alucinógino da bebida talvez mascare a dor e o sofrimento que lhe passam  pela alma. Mas ele sabe que a máscara é só para si. Aos olhos de quem passa ele é apenas um bêbado.
Um bêbado com um passado. No presente , apenas um ex-presidiário que sonha voltar aos dias de glamour. Não consegue.

Com os trocados que possui, suas noites são passadas em pensões e hospedagens de uma noite.
E foi assim, que numa dessas noites, num hotel barato, o bêbado conhecido como Sebastian Melmoth morre. Não chegou a ver o Natal. Era 30 de Novembro.
Essa seria apenas mais uma história de mais um bêbado, de mais um homem com um nome qualquer.
Mas não é . Na  época esse homem carregava o escândalo consigo .Atrás dos andrajos de Sebastian estava Oscar Wilde .

Condenado a dois anos de trabalhos forçados por sua conduta libidinosa ,o escritor que foi abandonado por sua mulher Constanze Lloyd foi proibido de qualquer contato com os filhos.
A paixão pelo jovem Lord Alfred Douglas foi sua ruína.
Para não carregarem a sombra da difamação , mulher e filhos mudaram de nomes e foram viver na Suíça .Não eram mais a família Wilde. Respondiam pelo sobrenome Holland .

Nos anos de prisão , enquanto sua saúde debilitava, escreveu a “ Balada do Cárcere de Reading” que o mundo conheceu como “ De Profundis”. Na verdade, uma carta de amor endereçada a Lord Alfred .
Num dos trechos da carta Oscar Wilde escreve:

 Por detrás da alegria e do riso, pode haver uma natureza vulgar, dura e insensível. Mas por detrás do sofrimento, há sempre sofrimento. Ao contrário do prazer, a dor não usa máscara.” (Behind joy and laughter there may be a temperament, coarse, hard and callous. But behind sorrow there is always sorrow. Pain, unlike pleasure, wears no mask).
De Profundis é uma longa carta de oitenta páginas, escritas uma por dia .Ao preencher uma página , esta lhe era tirada e lhe davam uma nova em branco.
É surpreendente a maneira como deu uma continuidade lógica a esse sentimento.
O sofrimento de que fala deu-lhe uma nova visão da beleza e da arte .O escritor que pretendeu esconder num quadro a face realista da vida, preferindo o gozo à dor, sentia-se agora responsável pela ruína de sua vida.

Ele inicia a carta com essa confissão :
“É preciso que eu diga a mim mesmo que fui o único responsável pela minha ruína e que ninguém , seja ele grande ou pequeno,pode ser arruinado excepto pelas próprias mãos.Estou pronto a afirmá-lo. Tento fazê-lo ,embora eles possam não concordar comigo nesse momento.
Essa impiedosa acusação eu a faço sem piedade contra mim mesmo.Terrível foi,sem dúvida, o que o mundo fêz comigo,mais terrível ainda foi o que fiz contra mim mesmo.”
Ainda assim , defendeu até a morte a idéia de que o amor perfeito residia no afecto entre pessoas do mesmo sexo.

Seus filhos cresceram sem saber a verdade e só adolescentes tomaram conhecimento dos factos.Foram ensinados desde crianças a assinarem seus novos nomes sem jamais deixarem escapar suas verdadeiras identidades.O filho mais velho Cyril descobriu a verdade mas não quis contar ao irmão mais novo.Sua mãe insistia que o pai havia morrido e que sua obra literária não era importante.

Cyril Holland , o filho mais velho morreu em combate durante a primeira guerra mundial.
Mas, a mudança de nomes não isentou a família de tragédias.Em 1898 , a mãe Constanze sofre uma queda e vem a falecer.Os meninos ficam órfãos e acabam separados. Cyril é levado para o Mónaco e Vivian segue para a Inglaterra.

Em 1900 Vivian tinha 14 anos, e foi comunicado da morte de um pai que julgava morto há muito tempo.Sem a mãe, os garotos não eram bem vistos pela família , pois apesar de inocentes carregavam uma herança que lhes era imposta por uma sociedade que em muito vivia de aparências .

Morto Cyril, Vivian soube superar todos esses traumas. Formou-se, trabalhou como tradutor, editor e fêz o que ninguém tinha coragem:Resgatou a memória, a imagem e o génio literário do pai, traduzindo seus trabalhos e editando-os em vários idiomas.
Vivian dedicou-se a escrever sua história e com isso alçou a imagem e o valor de Oscar Wilde ao lugar que merece.O livro intitula-se “Filho de Oscar Wilde”. O filho de Vivian, neto de Oscar Wilde também se tornou um escritor, mas jamais voltaram a usar o sobrenome Wilde.

Merlin Holland é escritor e editor e pesquisou a vida do avô durante trinta anos.A ele devemos a verdadeira história e a divulgação dos processos que arruinaram a vida de Oscar Wilde.
Ele nos deixou a crítica de uma sociedade hipócrita, a ironia, o sarcasmo , a vaidade humana, vícios e virtudes num único volume. Mas, deixou-nos sobretudo  pensamentos profundos e verdadeiros, que à sua época poucas pessoas teriam coragem de confessar :
Não existem boas influências. Todas as influencias são imorais, imorais de um ponto de vista científico. Influenciar uma pessoa é dar-lhe a nossa própria alma. O individuo deixa de pensar com os seus próprios pensamentos ou de arder com as suas próprias paixões. As suas virtudes não lhe são naturais. Os seus pecados, se é que existe tal coisa, são tomados de empréstimo. Torna-se o eco de uma música alheia, o actor de um papel que não foi escrito para ele. O objectivo da vida é o desenvolvimento próprio, a total percepção da própria natureza, é para isso que cada um de nós vem ao mundo. Hoje em dia as pessoas têm medo de si próprias. Esqueceram o maior de todos os deveres, o dever para consigo mesmo. É verdade que são caridosas. Alimentam os esfomeados e vestem os pobres. Mas as suas próprias almas morrem de fome e estão nuas. A coragem desapareceu da nossa raça e se calhar nunca a tivemos realmente. O temor à sociedade, que é a base da moral, e o temor a Deus, que é o segredo da religião, são duas coisas que nos governam. E todavia, acredito que se um homem vivesse a sua vida plenamente, desse forma a cada sentimento, expressão e cada pensamento, realidade a cada sonho, acredito que o mundo beneficiaria de um novo impulso de energia tão intenso que esqueceríamos tudo o que de podre poluiu humanidade. “

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Entrevista a Agustina Bessa-Luís

“Esta é a minha história que a memória abreviou...”, escreve Agustina Bessa-Luís na sua autobiografia. Uma história em que são protagonistas um pai jogador que vivia entre a presa e o predador, uma mãe que repetia provérbios, uma figura inverosímil de quem herdou o espírito aventureiro, o avô Lourenço.


Os gregos diziam que Eros tinha duas setas diferentes, uma de chumbo e outra de ouro. A pessoa atingida pela primeira sofria a paixão, a pessoa atingida pela segunda era o objecto da paixão. Eram duas formas de a paixão ser vivida. O que há de mais enigmático na natureza humana parte daí.” E qual é a paixão de Agustina? “Começa por ser eu própria. Não posso viver sem essa paixão, que não tem outra significação senão a aliança profunda com a vida humana.” Agustina, a enigmática, diz coisas que iluminam o coração da vida. Isto que acabaram de ler, disse-o perante uma plateia, em Serralves, em 2003. Disse-o como quem escreve páginas de um romance, revelando uma vontade indómita, cosida com a raiz da existência. Escritora amada, Agustina Bessa-Luís pertence à categoria dos que transformam a sua idiossincrasia num elemento reconhecível por todos (mesmo pelos que não a leram ou conhecem de perto). Como é o mundo agustiniano? É sem catalogação possível, pasmoso, livre. Esta semana, Agustina faz 92 anos. Este ano, passam 60 anos sobre a edição d’ A Sibila. Nos dias 14 e 15, discute-se na Gulbenkian a Ética e a Política na sua obra, no primeiro congresso internacional dedicado à autora organizado pelo Círculo Literário Agustina Bessa-Luís (www.clabl.pt). A obra continua a ser reeditada (Os Incuráveis é a peça mais recente). 
A conversa com a filha, Mónica Baldaque, permite saber de uma mulher e de uma escritora. Que são uma, como se verá. Agustina está retirada desde 2006. Deixou de escrever. Como olharia para a maneira como olhamos para ela? Rindo-se. Seguramente.

Como é que vamos apresentar Agustina? A genial?, a sem medo?, a perversa?, a barroca (assim lhe chamava Óscar Lopes)? Estes são alguns dos epítetos mais comuns.

Todos lhe servem. O que é para além disso talvez não tenha definição. Verdadeiramente, aquilo que ela é está no riso.

No riso?

É uma das características fundamentais da minha mãe, da vida dela e do estar dela com os outros. O riso não tem que ver com a troça. Tem que ver com um segredo, com o mistério, com o estar numa outra dimensão. Há um provérbio judaico que diz: “O homem pensa, Deus ri.” Acho que aí a minha mãe está perto de Deus. O riso dela é como se fosse o riso de Deus.

O riso de quem tudo vê? E que compreende, engloba a totalidade do que vê.

Sim, sim. E de quem sente uma harmonia em relação a tudo.


Nas coisas triviais, o que é que a fazia rir?
Num plano mais imediato, fazia-a rir o absurdo. Situações absurdas. A resposta de um taxista, um comentário de uma pessoa na rua. A par do riso, vinha a nota, o explorar a situação na escrita.
Ocorre-lhe uma situação absurda de que tenha tirado prazer e riso?
Era tão constante... A minha mãe tinha uma modista de quem gostava muito e onde ia frequentes vezes. Essa modista, que era uma mulher muito Porto, de classe média, tinha um neto com um atraso ligeiro. Muito mentiroso. Uma vez, a avó estava muito preocupada porque ele nunca mais aparecia. A certa altura aparece com ar tranquilo. A avó, aflita: “Onde é que estiveste?” Ele explica, virado para a minha mãe: “Aconteceu-me uma coisa muito estranha. Vinha para cá e vinha um senhor na minha direcção. De repente, o nó da gravata dele começou a desfazer-se. A gravata escorregou por ele abaixo e enfiou-se num bueiro. Fiquei a olhar para o senhor, o senhor a olhar para mim. Estávamos sozinhos na rua — o que era absurdo, porque era a Rua de Cedofeita — e tentámos tirar a gravata do bueiro. Não conseguíamos, e começou a vir gente que estava às janelas. Perdemos este tempo todo e não conseguimos tirar a gravata, avó.”
Foi um delírio. 
A minha mãe divertiu-se imenso com esta história. Gostava imenso de ir à modista para que esta lhe contasse histórias do neto.
Portanto, o que contradiz a pompa, o que escangalha o composto, a vitalidade das pessoas comuns, a sua imaginação sem rumo — tudo isto a prendia.
Sim. No inconsciente, [o rapaz] achou que a minha mãe seria a interlocutora ideal para uma história absurda como aquela. Acho que chegou a escrevê-la.
Voltemos às definições iniciais: a sem medo. N’O Livro de Agustina, escreve: “Aos três anos, em Espinho, eu saí do hotel, sozinha, com um vestido de voile azul-claro e um ar de grande aventura. Tenho ainda essa aspiração de caminhar sem rumo, dizem que é um fio de epilepsia. Talvez seja. Talvez a liberdade seja um sintoma epiléptico.”

A relação com o medo... A mãe herdou isso, como eu herdei, e os meus filhos herdaram, da família. A sensação de ter medo — dos outros, de alguma coisa, de uma situação — foi coisa que nunca existiu. Estava completamente banida.



Paulo Pimenta
Como é isso possível, ainda mais numa sociedade amedrontada como a nossa? Temos medo de pessoas, do futuro, da guerra, do concreto e do inconcreto.
Penso que essa ausência de medo vem de uma segurança que a pessoa tem em relação a si própria. Com a certeza de dominar o que quer que seja. Sentia isso no meu avô, no pai da minha mãe.
O pai é uma figura fundamental na vida de Agustina. Tem a certeza de que pode dominar um cataclismo. De onde lhe vinha essa confiança?
Em primeiro lugar, era um jogador.
Agustina diz que o pai lhe paga a edição d’ Os Super-Homens, “não porque acreditasse muito nela, mas porque não perdia a ocasião de apostar num provável vencedor”.
Era um grande jogador. Depois era um aventureiro. Um homem que saiu de Portugal criança, com 12 anos. Foi para o Brasil, para fazer fortuna. Foi à aventura e aguentou-se. O que contava da experiência no Brasil era muito pouco. Imaginamos o que não terá vivido por lá...
O que é que imaginavam? A sua mãe falava disso? Ela queria saber o que tinha sido essa vida no Brasil?
Pouco. Deve ter passado maus bocados. Foi trabalhar com um tio, muito pouco tempo. Rapidamente se desinteressou. A vocação dele era jogar. Tudo o que pertence a esse mundo, com certeza não é o mais saudável, o mais honesto.
Nunca ouvi da sua mãe um juízo sobre a vida do pai no Brasil ou sobre o seu passado mais dúbio.
Nunca houve em ninguém. O avô da minha mãe acedeu a que a filha casasse com esse homem, sabendo da vida dele, e aceitando com gosto que entrasse para a família. O avô é uma personagem, e de que maneira! A minha mãe pega nele n’Os Incuráveis(que saiu agora, em reedição). A grande figura da família é ele, o avô Lourenço, que era um homem do Douro.
O pai (da minha mãe) era de Amarante. A gente de Amarante era muito valente. Grandes jogadores de pau. O Zé do Telhado foi mestre de pau do avô Lourenço. Tinha um pé, sempre, fora da lei. Um bocadinho. Só o bastante para lhe dar um certo entusiasmo.
Esse pé fora da lei dava-lhes uma graça romanesca. Pai e avô parecem personagens de romances de meninas bem comportadas, que arrebatam e insubordinam a ordem estabelecida quando chegam — na transgressão.
É. [riso]
Do lado da sua avó materna, a família era mais regular. Sobre o encontro da mãe e do pai, lê-se n’O Livro de Agustina: “Há uma cena num filme de Manoel de Oliveira, o Vale Abraão, em que um desconhecido, num restaurante, lhe oferece um prato de figos. Foi assim que meu pai abordou a jovem Laura, que estava vestida de preto, não por luto mas por promessa.”
Fui muito criada com a minha avó. Sobretudo depois de ela morrer, fui refazendo muitas das suas atitudes. Acho que a minha avó fingiu muito, toda a vida. Fingiu! Senão, porque é que casou com um homem daqueles? Alguma coisa a leva a escolher isso. Devia casar com um advogado, um engenheiro, um homem mais certo. De resto, teve essa oportunidade.
O grande gosto da vida dela teria sido ser actriz. Em criança e adolescente, representava, dizia poemas. Claro que foi reprimida pelos pais porque isso tinha uma conotação muito duvidosa.
Agustina fala muito do gosto que tem pelo music hall, por ver as bailarinas enfileiradas. Ela mesma queria ser bailarina. E tinha uma paixão pelo cinema. Mas não sabia do gosto da mãe pela representação.
A mãe e a tia. Essa tia ficou sempre solteira. Era uma mulher excêntrica. A minha mãe retrata-a numa série de livros. Era espanhola, como a minha avó, e tinha atitudes incríveis, que divertiam toda a gente. Por exemplo, ia às mesmas modistas da irmã. Modistas caras. Vestiam muito bem. Quando chegavam a casa, a primeira coisa que essa tia fazia aos vestidos era cortar-lhes as mangas. E andava assim, com aquilo esfarrapado.
Estou a ouvi-la falar dessas pessoas e percebo que Agustina é uma síntese de todas essas criaturas, singulares, não conformes. Por outro lado, faz deles uma matéria-prima privilegiada para os romances. Os personagens dos livros, mais do que tudo, são a família?
Sim, é na família que a minha mãe pega. Diria que em quase todos os livros aparece alguém. Utiliza-os como figuras que estão guardadas na caixa e que vai buscar, de vez em quando, para fazer este papel, e aquele e aquele.
Utiliza-os na escrita com uma sofreguidão de vampiro. Diz na autobiografia: “Escrever, entrar no coração das pessoas, beber-lhes o sangue, avançando sempre, criando enredos e fazendo saltar os personagens das páginas. Há pouca gente que percebe que escrever é uma espécie de danação em que às vezes se têm encontros com Deus.” Quem foram as pessoas a que recorreu mais e que transformou em personagens?
A mãe dela. A tia. O pai. Imensas vezes. O avô Alfredo, inúmeras vezes. O tio, irmão da mãe. Foi uma pessoa que ela adorou e que morreu jovem. Há uma carta que ele escreve à minha mãe (ela tinha 12 ou 13 anos) de Moçambique, onde estava a trabalhar como engenheiro: é assombrosa.
Falava de quê?
Em todas as cartas que escreveu, e escreveu muitas, sobretudo à irmã (minha avó), falava do país, da vida, das pessoas.
O gosto pela escrita na minha mãe vem também do tio e do avô. O avô Lourenço escrevia com pretensões. Vemos isso no diário que deixou. Há nele uma escrita e uma intenção peculiares; e uma vontade de que aquilo venha a ser lido pelos descendentes. Morreu quando a minha mãe tinha três anos.
Como foi tão forte a marca dele se conviveram tão pouco?
Ele morreu, mas dá-me a impressão de que permaneceu. A memória do que foi a vida dele chegou até mim.
Qual é o essencial da história do avô Lourenço, que fascinou tanto a sua mãe?
Ela lembra-se de ter subido para a cama dele, onde estava doente. Mas não pode lembrar-se de mais. Foi um homem que teve uma vida no Douro, numa terra pequenina. Estudou. O pai morreu quando ele tinha 13 anos. Herdou uma fortuna, à época grande, que estourou em muito pouco tempo.



Poema de Pedro Homem de Mello

Pedro Homem de Mello (1904 -1984).

Canção à Ausente

Para te amar ensaiei os meus lábios... 
Deixei de pronunciar palavras duras. 
Para te amar ensaiei os meus lábios! 

Para tocar-te ensaiei os meus dedos... 
Banhei-os na água límpida das fontes. 
Para tocar-te ensaiei os meus dedos! 

Para te ouvir ensaiei meus ouvidos! 
Pus-me a escutar as vozes do silêncio... 
Para te ouvir ensaiei meus ouvidos! 

E a vida foi passando, foi passando... 
E, à força de esperar a tua vinda, 
De cada braço fiz mudo cipreste. 

A vida foi passando, foi passando... 
E nunca mais vieste! 

Pedro Homem de Mello em Segredo.


Imagem: Francis Picabia. Olga, 1930

Sessão dupla na sede do Círculo António Telmo


De regresso com mais uma actividade, o Círculo António Telmo promove, no próximo dia 18 de Outubro, pelas 18:00, uma sessão dupla com Pedro Sinde e Renato Epifânio. Os oradores propõem-se apresentar, respectivamente, o livro Sete Sábios Portugueses e o 14.º número da revista Nova Águia.

Publicada pela editora Tartaruga, a obra Sete Sábios Portugueses - da autoria de Pedro Sinde -, constitui uma das publicações mais interessantes dos últimos tempos, no âmbito da Filosofia Portuguesa. Centrado nas personalidades de António Telmo, Agostinho da Silva, Álvaro Ribeiro, José Régio, Teixeira de Pascoaes, Guerra Junqueiro e Sampaio Bruno, este livro aborda o coração e a alma da Filosofia Portuguesa na sua maior pureza, longe da corruptibilidade do academismo imposto pela universidade e pelos investigadores que se pautam por um pensamento marcadamente anti-português.
Quanto à Nova Águia, trata-se de uma publicação semestral que dispensa qualquer tipo de apresentações, sendo desde 2008, «a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português.» Neste 14.º número o destaque vai para os 80 anos da Mensagem de Fernando Pessoa, uma das obras mais marcantes do século XX português. 
Este encontro terá lugar na Casa do Bispo, sede do Círculo António Telmo, em Sesimbra, sendo a entrada livre e aberta a toda a comunidade. Não percam!

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quinta-feira, 2 de outubro de 2014


 Leonard Cohen performs Take This Waltz,
 his song based on his own translation
 of Garcia Lorca's «Pequeño vals vienés».