domingo, 29 de dezembro de 2013
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
Poema de Manuel Antônio Álvares de Azevedo dito por Paulo Autran
Manuel Antônio Álvares de Azevedo (São Paulo, 12 de setembro de 1831 — Rio de Janeiro, 25 de abril de 1852) foi um escritor da segunda geração romântica (Ultra-Romântica, Byroniana ou Mal-do-século), contista, dramaturgo, poeta e ensaísta brasileiro, autor de Noite na Taverna.
Filho de Inácio Manuel Álvares de Azevedo e Maria Luísa Mota Azevedo, passou a infância no Rio de Janeiro, onde iniciou seus estudos. Voltou a São Paulo, em 1847, para estudar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, onde, desde logo, ganhou fama por brilhantes e precoces produções literárias. Destacou-se pela facilidade de aprender línguas e pelo espírito jovial e sentimental.
Durante o curso de Direito traduziu o quinto ato de Otelo, de Shakespeare; traduziu Parisina, de Lord Byron; fundou a revista da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano (1849); fez parte da Sociedade Epicureia; e iniciou o poema épico O Conde Lopo, do qual só restaram fragmentos.
Não concluiu o curso, pois foi acometido de uma tuberculose pulmonar nas férias de 1851-52, a qual foi agravada por um tumor na fossa ilíaca, ocasionado por uma queda de cavalo, falecendo aos 20 anos.
A sua obra compreende: Poesias diversas, Poema do Frade, o drama Macário, o romance O Livro de Fra Gondicário, Noite na Taverna, Cartas, vários Ensaios (Literatura e civilização em Portugal, Lucano, George Sand, Jacques Rolla) e Lira dos vinte anos
Suas principais influências são:Lord Byron, Goethe, François-René de Chateaubriand, mas principalmen-te Alfred de Musset.
Figura na antologia do cancioneiro nacional. Foi muito lido até as duas primeiras décadas do século XX, com constantes reedições de sua poesia e antologias. As últimas encenações de seu drama Macário foram em 1994 e 2001. É patrono da cadeira 2 da Academia Brasileira de Letras.
domingo, 22 de dezembro de 2013
sábado, 21 de dezembro de 2013
No silêncio, Deus escuta-nos
No silêncio, Deus escuta-nos - Beata Teresa de Calcutá
Não conseguimos encontrar a Deus no barulho, na agitação. No silêncio, Deus escuta-nos; no silêncio, fala às nossas almas. No silêncio é-nos dado o privilégio de ouvir a sua voz:
Silêncio dos nossos olhos. Silêncio dos nossos ouvidos. Silêncio da nossa boca. Silêncio do nosso espírito. No silêncio do coração, Deus falará.
O silêncio do coração é necessário para escutar a Deus em todo o lado — na porta que se fecha, na pessoa que reclama a tua presença, nos pássaros que cantam, nas flores e nos animais. Se estivermos atentos ao silêncio, será fácil orar. Há tanta tagarelice, coisas repetidas, coisas escusadas naquilo que dizemos e escrevemos. A nossa vida de oração é afectada porque o nosso coração não está silencioso. Vou manter com mais cuidado o silêncio no meu coração, para que, no silêncio do meu coração, oiça as suas palavras de consolação e, a partir da plenitude do meu coração, possa consolar Jesus escondido no infortúnio dos pobres.
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
J.S. Bach - Christmas Oratorio BWV 248 - Part III 'For the Third Day of ...
Do grande Bach, uma das mais sublimes músicas de Natal
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
Vitorino Nemésio, Dois poemas de Natal
NATAL CHIQUE
Percorro o dia que esmorece
Nas ruas cheias de rumor;
Minha alma vã desaparece
Na minha pressa e pouco amor.
Hoje é Natal. Comprei um anjo,
Dos que anunciam no jornal;
Mas houve um etéreo desarranjo
E o efeito em casa saiu mal.
Valeu-me um príncipe esfarrapado
A quem dão coroas no meio disto,
Um moço doente, desanimado…
Só esse pobre me pareceu Cristo.
NATAL DAS ILHAS
Natal das Ilhas. Aonde
O prato do trigo novo,
A camélia imaculada,
O gosto no pão do povo?
Olho, já não vejo nada.
Chamo, ninguém me responde.
Natal das Ilhas. Serão
Ilhas de gente sem telha,
Jesus nascido no chão
Sobre alguma colcha velha?
Burra de cigano às palhas,
Vaca com língua de pneu,
Presépio girando em calhas
Como o eléctrico, tu e eu.
Natal das Ilhas. Já brilha
Nas ondas do mar de inverno
O menino bem lembrado,
Que trouxe da sua ilha
O gosto do peixe eterno
Em perdão do seu passado.
Natal das Ilhas. Aonde
O prato do trigo novo,
A camélia imaculada,
O gosto no pão do povo?
Olho, já não vejo nada.
Chamo, ninguém me responde.
Natal das Ilhas. Serão
Ilhas de gente sem telha,
Jesus nascido no chão
Sobre alguma colcha velha?
Burra de cigano às palhas,
Vaca com língua de pneu,
Presépio girando em calhas
Como o eléctrico, tu e eu.
Natal das Ilhas. Já brilha
Nas ondas do mar de inverno
O menino bem lembrado,
Que trouxe da sua ilha
O gosto do peixe eterno
Em perdão do seu passado.
Vitorino Nemésio, Sapateia Açoriana
domingo, 15 de dezembro de 2013
"Partiu de Madrugada" de Mafalda Arnauth
Mafalda Arnauth
A nova produção discográfica da cantora, saiu recentemente.
O CD dá pelo nome de "Terra da Luz ".
Esta faixa é genial. Adoro-a.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Quinta da Regaleira Virtual, Sintra
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http://cliente.digisfera.pt/regaleira-2.8/interactive/
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terça-feira, 10 de dezembro de 2013
Faro/Farol de Fisterra
Faro de Fisterra
É, por causa dos seus naufrágios, conhecido como o Cabo da Morte. Em galego diz-se Fisterra, em castelhano Finisterre. Comarca e concelho [ver aqui]
No lugar, onde os romanos encontraram um altar de culto ao Sol, a vista deslumbrante, eis o farol, e o caminho estreito até ele, incluindo o formigueiro de turistas. Nada que seja incomum. Mesmo até uma "pinchagem" da ETA numa das paredes parece estar devorada pela força natural da paisagem.
A particularidade é, naquele local, terminar verdadeiramente o caminho de Santiago. Antes da viagem de Colombo supunha-se que ali terminava o Mundo. Depois os Portugueses deram novos mundos ao Mundo.
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
domingo, 8 de dezembro de 2013
Banda do Casaco, uma banda a retomar
A Banda do Casaco foi um projecto musical concebido em 1973. Lugar único de liberdade e experimentação musical onde partindo de um universo pop, de influências da música tradicional portuguesa, da sátira e do humor se criou um mundo novo,em que a crítica social não foi descurada.
Do album "Contos da Barbearia", EMI, 1978 (na impossibilidade de colocar as canções directamente, aqui ficam alguns links para as mesmas no youtube).
Na cadeira do barbeiro http://youtu.be/CBzyFWOg6gA
A noite passada em caminha http://youtu.be/uL36qbRmk0s
O diabo da velha http://youtu.be/3enOgeEgdxQ
O enterro do tostão http://youtu.be/XxXgHUvxlsg
Malfamagrifada http://youtu.be/xKHsyfBMXkg
Zás! Pás! (O Casório do Trolha) http://youtu.be/_v8FxL3C6yU
Godofredo cheio de medo http://youtu.be/3y1j3pZBwZk
Do album "Contos da Barbearia", EMI, 1978 (na impossibilidade de colocar as canções directamente, aqui ficam alguns links para as mesmas no youtube).
Na cadeira do barbeiro http://youtu.be/CBzyFWOg6gA
A noite passada em caminha http://youtu.be/uL36qbRmk0s
O diabo da velha http://youtu.be/3enOgeEgdxQ
O enterro do tostão http://youtu.be/XxXgHUvxlsg
Malfamagrifada http://youtu.be/xKHsyfBMXkg
Zás! Pás! (O Casório do Trolha) http://youtu.be/_v8FxL3C6yU
Godofredo cheio de medo http://youtu.be/3y1j3pZBwZk
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
Dürer e Wittgenstein
Albrecht Dürer, Retrato de homem com 95 anos - 1521
Gosto de pensar que este velho de 95 anos desenhado por Albrecht Dürer (1471-1528) em 1521 pensa no futuro, mais que na vida vivida. Do que viveu terá aprendido o que mais tarde lapidarmente Wittgenstein escreveu:
6.373. O mundo é independente da minha vontade.
6.374. Ainda que tudo o que desejamos acontecesse, isto seria apenas, por assim dizer uma graça dada pelo destino, uma vez que não existe uma conexão lógica entre a vontade e o mundo que a garantisse, e a suposta conexão física também não a poderíamos por sua vez desejar.
5.1361. Não podemos inferir os acontecimentos futuros dos acontecimentos presentes.
A crença no nexo causal é a superstição.
5.1362. O livre arbítrio consiste no facto de as acções futuras não poderem ser conhecidas no presente. Só poderíamos conhecê-las se a causalidade fosse uma necessidade interior, como a da inferência lógica. — A conexão entre o saber e o que se sabe é a conexão da necessidade lógica.
Ludwig Wittgenstein (1889-1951) in Tratado Lógico-Filosófico com tradução de M. S. Lourenço
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
A Restauração de Portugal no dia 1 de Dezembro de 1640
A Restauração foi um movimento histórico que levou Portugal à independência no 1 de Dezembro de 1640.
A morte de D. Sebastião (1557-1578) em Alcácer-Quibir, apesar da sucessão do Cardeal D. Henrique I (1578-1580), deu origem a uma crise dinástica. Nas Cortes de Tomar de 1580, Filipe II de Espanha é aclamado rei de Portugal (Filipe I de Portugal).
A morte de D. Sebastião (1557-1578) em Alcácer-Quibir, apesar da sucessão do Cardeal D. Henrique I (1578-1580), deu origem a uma crise dinástica. Nas Cortes de Tomar de 1580, Filipe II de Espanha é aclamado rei de Portugal (Filipe I de Portugal).
Filipe I e os seus sucessores, Filipe II e Filipe III, não respeitaram o que tinha ficado combinado nas Cortes de Tomar.
Os impostos aumentavam; a população empobrecia; os burgueses ficavam afectados nos seus interesses comerciais; a nobreza estava preocupada com a perda dos seus postos e rendimentos; o império português era ameaçado por Ingleses e Holandeses e os reis filipinos nada faziam.
Os impostos aumentavam; a população empobrecia; os burgueses ficavam afectados nos seus interesses comerciais; a nobreza estava preocupada com a perda dos seus postos e rendimentos; o império português era ameaçado por Ingleses e Holandeses e os reis filipinos nada faziam.
Durante sessenta anos Portugal sofreu o domínio filipino. No dia 1 de Dezembro de 1640, os Portugueses restauraram a sua independência e D. João IV foi aclamado rei de Portugal.
Assim se iniciou a 4.ª Dinastia, a Dinastia de Bragança ou Brigantina.
Assim se iniciou a 4.ª Dinastia, a Dinastia de Bragança ou Brigantina.
Hino da Restauração (1640)
Portugueses celebremos
O dia da Redenção
Em que valentes guerreiros
Nos deram livre a Nação.
A Fé dos Campos de Ourique
Coragem deu e valor
Aos famosos de Quarenta
Que lutaram com ardor.
P'rá frente! P'rá frente!
Repetir saberemos
As proezas portuguesas.
Ávante! Ávante!
É voz que soará triunfal
Vá ávante mocidade de Portugal!
Vá ávante mocidade de Portugal!
Portugueses celebremos
O dia da Redenção
Em que valentes guerreiros
Nos deram livre a Nação.
A Fé dos Campos de Ourique
Coragem deu e valor
Aos famosos de Quarenta
Que lutaram com ardor.
P'rá frente! P'rá frente!
Repetir saberemos
As proezas portuguesas.
Ávante! Ávante!
É voz que soará triunfal
Vá ávante mocidade de Portugal!
Vá ávante mocidade de Portugal!
Este vídeo representa a evolução das bandeiras que Portugal já teve, da primeira à actual
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
terça-feira, 26 de novembro de 2013
Nos 7 anos da morte de Mário Cesariny
TERÇA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2013
YOU ARE WELCOME TO ELSINORE
Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precípicio
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar
in «A Única Real Tradição Viva — Antologia de Poesia Surrealista Portuguesa» (organização de Perfecto E. Cuadrado).
ALEGORIA DO MUNDO NA PASSAGEM DE ARNALDO DE VILLANOVA
Ouro trigo leão e prata e crina
te esperam sob o vaso menstrual
Separarás primeiro a água e a mina
porque a Água não é um mineral
No coágulo te espera areia fina
e sob a areia planta sideral
que ao manto do Rei Verde se combina
porque a Planta não é um vegetal
Ao homem cabe o Ouro de buscá-lo
E a sua cria morta ou imortal
tirá-la-ás do ventre de cavalo
porque o Homem não é um animal
E se o espelho de cobre te fascina
se te aparece o Monstro do Umbral
que à ígnea terra o astro abismo ensina
e nas trevas afunda o Bem e o Mal
Reduz expurga fende e ilumina
e com espada de fogo talha e inclina
porque o Fogo não é o seu sinal
Mário Cesariny, in «Uma Grande Razão — os poemas maiores», ed. Assírio & Alvim.
Lisboa em Pessoa
Exposição “Lisboa em Pessoa” aterra no Aeroporto de Lisboa
Às 12H, na área pública de chegadas – Abertura e visita guiada com Inês Pedrosa – Directora Casa Fernando Pessoa.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
126.º Aniversário de nascimento de Amadeo de Souza-Cardoso
Celebrou-se no dia 14 de Novembro, o 126.º aniversário do nascimento de Amadeo de Souza-Cardoso, um dos principais pintores do nosso modernismo. Activo durante um período de aproximadamente 14 anos, a sua obra acabou por marcar a pintura portuguesa e europeia do século XX. Apesar de ter viajado pelo mundo e frequentado os ciclos parisienses, onde privou de perto com a vanguarda artística europeia, Amadeo jamais perdeu a sua matriz, ou esqueceu as suas raízes, conseguindo um perfeito equilíbrio entre a tradição e o modernismo.
Fecundadas pelas outrora milagrosas águas do Tâmega, as terras amarantinas foram berço de inúmeras personalidades ligadas à nossa pintura, música, literatura, poesia, fotografia e pensamento filosófico. António Cândido, Teixeira de Pascoaes, António Carneiro, Acácio Lino, Eduardo Teixeira Pinto, ou Agustina Bessa-Luís, são apenas algumas das figuras ilustrativas do génio criador português, que nasceram em terras de S. Gonçalo, numa região então pouco urbanizada e fortemente voltada para a terra e o seu trabalho.
Amadeo de Souza-Cardoso foi outra dessas personalidades naturais daquela região, tendo nascido em Manhufe, concelho de Amarante, a 14 de Novembro de 1887. Apesar de oriundo de um meio pequeno, a condição dos seus pais como reconhecidos produtores vinícolas permitiu-lhe estudar e alimentar a sua precoce vocação artística, inicialmente associada à caricatura. Uma arte que desenvolveu durante as estadias em Espinho, durante a época balnear, onde conheceu Manuel Laranjeira, com quem haveria de travar uma amizade bastante forte e duradoura.
A sua formação artística levou-o até Lisboa em 1905, onde frequentou o curso preparatório de desenho na Real Academia de Belas-Artes. Um ano depois, no dia em que perfez 19 anos, o jovem Amadeo partiu para Paris, com intenção de estudar arquitectura na École des Beaux-Arts, iniciando assim uma das mais brilhantes e fascinantes carreiras artísticas da arte portuguesa do século XX.
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