quarta-feira, 27 de novembro de 2013
terça-feira, 26 de novembro de 2013
Nos 7 anos da morte de Mário Cesariny
TERÇA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2013
YOU ARE WELCOME TO ELSINORE
Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precípicio
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar
in «A Única Real Tradição Viva — Antologia de Poesia Surrealista Portuguesa» (organização de Perfecto E. Cuadrado).
ALEGORIA DO MUNDO NA PASSAGEM DE ARNALDO DE VILLANOVA
Ouro trigo leão e prata e crina
te esperam sob o vaso menstrual
Separarás primeiro a água e a mina
porque a Água não é um mineral
No coágulo te espera areia fina
e sob a areia planta sideral
que ao manto do Rei Verde se combina
porque a Planta não é um vegetal
Ao homem cabe o Ouro de buscá-lo
E a sua cria morta ou imortal
tirá-la-ás do ventre de cavalo
porque o Homem não é um animal
E se o espelho de cobre te fascina
se te aparece o Monstro do Umbral
que à ígnea terra o astro abismo ensina
e nas trevas afunda o Bem e o Mal
Reduz expurga fende e ilumina
e com espada de fogo talha e inclina
porque o Fogo não é o seu sinal
Mário Cesariny, in «Uma Grande Razão — os poemas maiores», ed. Assírio & Alvim.
Lisboa em Pessoa
Exposição “Lisboa em Pessoa” aterra no Aeroporto de Lisboa
Às 12H, na área pública de chegadas – Abertura e visita guiada com Inês Pedrosa – Directora Casa Fernando Pessoa.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
126.º Aniversário de nascimento de Amadeo de Souza-Cardoso
Celebrou-se no dia 14 de Novembro, o 126.º aniversário do nascimento de Amadeo de Souza-Cardoso, um dos principais pintores do nosso modernismo. Activo durante um período de aproximadamente 14 anos, a sua obra acabou por marcar a pintura portuguesa e europeia do século XX. Apesar de ter viajado pelo mundo e frequentado os ciclos parisienses, onde privou de perto com a vanguarda artística europeia, Amadeo jamais perdeu a sua matriz, ou esqueceu as suas raízes, conseguindo um perfeito equilíbrio entre a tradição e o modernismo.
Fecundadas pelas outrora milagrosas águas do Tâmega, as terras amarantinas foram berço de inúmeras personalidades ligadas à nossa pintura, música, literatura, poesia, fotografia e pensamento filosófico. António Cândido, Teixeira de Pascoaes, António Carneiro, Acácio Lino, Eduardo Teixeira Pinto, ou Agustina Bessa-Luís, são apenas algumas das figuras ilustrativas do génio criador português, que nasceram em terras de S. Gonçalo, numa região então pouco urbanizada e fortemente voltada para a terra e o seu trabalho.
Amadeo de Souza-Cardoso foi outra dessas personalidades naturais daquela região, tendo nascido em Manhufe, concelho de Amarante, a 14 de Novembro de 1887. Apesar de oriundo de um meio pequeno, a condição dos seus pais como reconhecidos produtores vinícolas permitiu-lhe estudar e alimentar a sua precoce vocação artística, inicialmente associada à caricatura. Uma arte que desenvolveu durante as estadias em Espinho, durante a época balnear, onde conheceu Manuel Laranjeira, com quem haveria de travar uma amizade bastante forte e duradoura.
A sua formação artística levou-o até Lisboa em 1905, onde frequentou o curso preparatório de desenho na Real Academia de Belas-Artes. Um ano depois, no dia em que perfez 19 anos, o jovem Amadeo partiu para Paris, com intenção de estudar arquitectura na École des Beaux-Arts, iniciando assim uma das mais brilhantes e fascinantes carreiras artísticas da arte portuguesa do século XX.
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Uma exposição a não perder!
Um antigo lugar do dinheiro, um Banco, é agora o santuário de um dos mais importantes conjuntos de pintura portuguesa do século XVI. Não fosse a arte uma forma superior de riqueza! Descodificando, as instalações sadinas do antigo Banco de Portugal acolhem, desde 15 de Setembro, data de nascimento do poeta Bocage, uma nova galeria municipal recheada com alguns dos Tesouros do Museu de Setúbal/Convento de Jesus.
As deslumbrantes pinturas do retábulo quinhentista (*), produzido entre 1519 e 1530, foram dispostas em dois planos (ver foto) numa montagem aproximada ao que seria a sua colocação original em três alturas na capela-mor da Igreja de Jesus de Setúbal. Ocupam o espaço mais nobre e amplo das instalações do antigo Banco, agora galeria municipal, com acesso a partir da avenida Luisa Todi. A sua contemplação é obrigatória nesta visita, quase nos deixando sem fôlego!
Podemos ainda revisitar, em dependências laterais, alguns exemplares das coleções do (encerrado) Museu de Setúbal. Da pintura dos séculos XV a XX à escultura, representadas por autores com referência à cidade do Sado como João Vaz, Francisco Augusto Flamengo, Fernando Santos, Le Mattre de Carvalho, Álvaro Perdigão, Pedro Carlos dos Reis, Carlos Dutra. Passando por diversos exemplares de ourivesaria sacra. Ocasião quase única para rever algumas das obras à guarda do Museu de Setúbal.
Permita-se-me ainda destacar a breve mostra de várias intervenções arqueológicas efectuadas pelos serviços municipais, quer no próprio Convento de Jesus, quer noutros espaços, como frente à antiga Igreja de Nossa Senhora da Anunciada (actuais instalações da CARITAS Setúbal) ou no antigo Recolhimento da Soledade. Uma mostra que muito esclarece sobre aspectos menos conhecidos da história local de Setúbal.
Desde o encerramento do Museu de Setúbal/Convento de Jesus, nos anos noventa do século passado, que as pinturas do retábulo quinhentista se encontravam instaladas numa edificação anexa ao antigo balneário Doutor Paula Borba, próxima do convento. O acesso do público não era o melhor, tal como as crescentes dificuldades em assegurar as condições ambientais adequadas à conservação de tão valiosas obras.
É pois uma mudança de localização que se saúda vivamente. Ficando-se a aguardar que o Museu de Setúbal reabra as suas portas ao público aquando da prevista recuperação do Convento de Jesus – uma das mais aguardadas e merecidas obras de que Setúbal carece e para que se divisa uma luz ao fundo do túnel.
Com a abertura da nova Galeria Municipal – no agora em recuperação edifício do antigo Banco, um exemplar da arquitectura financeira de estilo Arte Nova – e as renovações do Mercado do Livramento, do antigo quartel do RI 11 (actual Escola de Hotelaria e Turismo), do Fórum Municipal Luísa Todi e do antigo Recolhimento de Nossa Senhora da Soledade (séc. XVIII, actual Casa da Baía) a principal avenida de Setúbal passa a dispor de um importante conjunto de equipamentos de usufruto público.
Exposição Tesouros do Museu de Setúbal, na Galeria Municipal do antigo Banco de Portugal, à avenida Luísa Todi. Uma visita imperdível!
________________
* “O antigo Retábulo da Igreja, composto por catorze tábuas (pinturas a óleo sobre madeira de carvalho, de grandes dimensões) da Escola Portuguesa é considerado um dos mais notáveis conjuntos da arte do Renascimento em Portugal. Foi encomendado pela rainha D. Leonor, viúva de D. João II e irmã de D. Manuel, tendo sido executado provavelmente, entre 1519 e 1530, pela oficina de Lisboa de Jorge Afonso onde trabalharam, por exemplo, Gregório Lopes, Cristóvão de Figueiredo e Gaspar Vaz. O Retábulo tem representadas três histórias ou séries, no sentido iconográfico: Cenas da Paixão de Cristo, na parte superior do conjunto, «Verónica», «Crucificação»,«Deposição», «Ressurreição»; com o «Calvário» ao centro (tábua de maiores dimensões); por baixo, a série representativa da Infância de Jesus ou das Alegrias da Virgem, «Presépio», «Adoração dos Magos», «Apresentação do Menino no Templo», tendo como painel central a «Assunção» (tábua de dimensões semelhantes das do«Calvário»); por fim, formando como que uma predela, a série dos Santos Franciscanos, «Estigmatização de S. Francisco», «Mártires de Marrocos», «Aparição do Anjo a Santa Clara, Santa Inês e Santa Coleta» e a tríade «S. Boaventura», «Santo António» e «S. Bernardino de Siena».” In Centro Nacional de Cultura.
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Momento com Cecília Meireles
Momento com Cecília Meireles
Alguns Poemas e um pouco de Mozart
Cecília Meireles (Rio de Janeiro, 1901-Rio de Janeiro, 1964)
Cecília Meireles foi uma poetisa, professora, jornalista e pintora brasileira. Cecília conviveu desde muito cedo com a morte, sendo a única sobrevivente dos quatro filhos de Carlos Alberto de Carvalho Meireles e de Matilde Benevides Meireles. O pai viria a morrer, tinha Cecília três meses, e ainda não tinha completado três anos de idade quando perdeu a mãe. A partir de então ficaria a cargo da avó materna, Jacinta Garcia Benevides, uma senhora açoriana da ilha de São Miguel.
Cecília escreveria mais tarde: "Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno. (...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade. (...)”
Cecília Meireles, por Arpad Szènes
Em 1939 Cecília Meireles perde o marido, o artista plástico português Fernando Correia Dias. Mais uma vez a morte marca a sua vida, e esse sentimento de transitoriedade de que a poetisa fala, reflete-se nos poemas que escreve, como em “Motivo”.
Não sou alegre nem sou triste: sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,/não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias/no vento.
Se desmorono ou se edifico,/se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico/ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo./tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo: — mais nada.
in Viagem (1939)
A musicalidade deste poema transporta-nos à poesia da música de Mozart. Proponho então que ouçamos, deste compositor, o sublime II Andamento – Andante - do Concerto nº 21, para piano e orquestra.
O Barco Desaparecido, Souza Pinto (Açores, 1856-Bretanha, 1939)
No poema “Mar Absoluto”, Cecília Meireles expressa as suas raízes açorianas, certamente cultivadas pela avó micaelense que a criou.
Mar Absoluto
(excerto)
Foi desde sempre o mar,/e multidões passadas me empurravam,
como o barco esquecido.
Agora recordo que falavam/da revolta dos ventos,
de linhos , de cordas, de ferros,/de sereias dadas à costa.
E o rosto dos meus avós estava caído/pelos mares do Oriente, com seus corais e pérolas,/e pelos mares do Norte, duros de gelo.
Então, é comigo que falam,/sou eu que devo ir.
Porque não há ninguém,/tão decidido a amar e a obedecer a seus mortos.
E tenho de procurar meus tios remotos afogados.
Tenho de levar-lhes rezas,/campos convertidos em velas,
barcas sobrenaturais/com peixes mensageiros/e cantos náuticos.
(…)
domingo, 17 de novembro de 2013
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
Nascimento de D. Manuel II a 15 de Novembro
Em 15 de Novembro de 1889 nasceu aquele que foi o último Rei de Portugal Dom Manuel II, filho do Rei Dom Carlos e da Rainha Dona Amélia, sendo baptizado pelo cardeal-patriarca D. José Neto, em 18 de Dezembro de 1889.
Dom Manuel II tinha um especial gosto pelas artes, historia, música e literatura, como o herdeiro directo ao trono seria o seu irmão mais velho Dom Luís Filipe, Dom Manuel II gostaria de ter tido uma carreira ao serviço da marinha o que não veio a acontecer devido ao assassinato do seu pai e seu irmão.
Com o funeral do Rei Dom Carlos e do Príncipe Dom Luís Filipe, assassinados em 1 de Fevereiro de 1908, Dom Manuel II torna-se o 35º Rei de Portugal, aos 18 anos de idade. Durante o seu curto reinado nunca chegou a casar-se e a 4 Outubro de 1910 foi feito um golpe militar. Dom Manuel II foi exilado em Gibraltar a 7 de Outubro do mesmo ano e mais tarde foi para Londres.
Em 4 de Setembro de 1913, Dom Manuel II casou com Dona Augusta Vitoria pelo civil e mais tarde pelo religioso, cerimónia essa que foi presidida pelo antigo cardeal-patriarca de Lisboa D. José Neto, exilado em Sevilha.
A 2 de Julho de 1932, Dom Manuel II, morreu em Londres devido a doença prolongada.
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Cantiga de amigo de D. Dinis e Eanes Solaz
"Durante muito tempo esta notável cantiga de amigo de Pedro Eanes Solaz não encontrou uma explicação cabal, dada a estranheza do seu duplo refrão. Mas desde o momento em que esse refrão foi identificado como uma frase árabe significando «e a noite roda», o seu sentido clarificou-se. Mantendo o perfeito e extraordinário lirismo das cantigas de amigo, Pedro Eanes Solaz aludiria aqui, ao mesmo tempo, aos amores proibidos entre uma donzela e um muçulmano (uma soldadeira bailarina com um músico árabe, dos que frequentavam as cortes peninsulares, seria imaginável). Esta hipótese, que actualmente prevalece, parece-me, aliás, confirmada por aquele demo que surge na última estrofe, parecendo baralhar todo o universo lírico anterior."
Graça Videira Lopes
terça-feira, 12 de novembro de 2013
Encerramento do Ano da Fé
As relíquias do Apostolo São Pedro serão expostas ao público pela primeira vez no encerramento do Ano da Fé.
A informação foi avançada por D.Rino Fisichella, hoje no L'Osservatore Romano. Porém não se sabe ao certo em que dia nem como ocorrerá essa veneração às reliquias do primeiro Papa.
O Ano da Fé, convocado pelo Papa Bento XVI há um ano, será encerrado no dia 24 de Novembro com uma Missa celebrada pelo Papa Francisco na Praça de São Pedro.
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
Rodrigo Emílio, 5 quadras à solta
RODRIGO EMÍLIO (Rodrigo Emílio nasceu em Lisboa a 18 de Fevereiro de 1944, - Lisboa, 28 de Março de 2004 ), poeta tão esquecido na vida e na morte, e de tão largo merecimento, que merece ser repetidamente recordado.
5 Quadras à solta, como 5 velas d’anos em louvor do Tiaguinho
e do principe seu irmão
Há dois postigos que trago
sempre no peito comigo:
por um, espreita o Tiago;
por outro, espreita o Rodrigo.
De cada vez que os abro,
fica-me parvo o umbigo,
ao ver: de um lado, o Tiago;
do outro lado, o Rodrigo.
Comem uvas, bago a bago;
papam figos, figo a figo...
Não perde um bago, o Tiago,
Não perde um figo, o Rodrigo.
(Se o bago te fôr amargo,
põe-no de lado, Tiago!
Larga o bago! Evita o perigo!
Troca por figos o bago;
depenica com o Rodrigo.
... E, sem causares grande estrago
chama um figo a cada figo!
Por este andar, não acabo
e ainda apanho um castigo
do Rodrigo ou do Tiago
ou até, do Pai Rodrigo...
...e, então, é que é o diabo...!
Estou feito ao bife comigo!...
Sendo assim, já não vos chago
mais por hoje, com o que digo.
Parabéns, para o Tiago!
... E oito chôchos, p’ró Rodrigo.
Há dois postigos que trago
sempre no peito comigo:
ligo um – sai-me o Tiago;
do outro – sai-me o Rodrigo.
(Nunca por nunca os apago
dos olhos de avô e amigo!...)
Estoril, aos 8 de Dezembro de 2003
5 Quadras à solta, como 5 velas d’anos em louvor do Tiaguinho
e do principe seu irmão
Há dois postigos que trago
sempre no peito comigo:
por um, espreita o Tiago;
por outro, espreita o Rodrigo.
De cada vez que os abro,
fica-me parvo o umbigo,
ao ver: de um lado, o Tiago;
do outro lado, o Rodrigo.
Comem uvas, bago a bago;
papam figos, figo a figo...
Não perde um bago, o Tiago,
Não perde um figo, o Rodrigo.
(Se o bago te fôr amargo,
põe-no de lado, Tiago!
Larga o bago! Evita o perigo!
Troca por figos o bago;
depenica com o Rodrigo.
... E, sem causares grande estrago
chama um figo a cada figo!
Por este andar, não acabo
e ainda apanho um castigo
do Rodrigo ou do Tiago
ou até, do Pai Rodrigo...
...e, então, é que é o diabo...!
Estou feito ao bife comigo!...
Sendo assim, já não vos chago
mais por hoje, com o que digo.
Parabéns, para o Tiago!
... E oito chôchos, p’ró Rodrigo.
Há dois postigos que trago
sempre no peito comigo:
ligo um – sai-me o Tiago;
do outro – sai-me o Rodrigo.
(Nunca por nunca os apago
dos olhos de avô e amigo!...)
Estoril, aos 8 de Dezembro de 2003
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Poemas da China antiga
O Parque dos Veados
Solitários vazios montes, ninguém à vista
Ecos somente de vozes humanas.
Um sol tardio entra no bosque fundo
Brilha de novo o musgo verde.
(Wang Wei, in Uma Antologia de Poesia Chinesa. Trad.: Gil de Carvalho)
*******
[Ao Cantar do Galo]
Vai nascer a aurora, a leste, brilham ainda as estrelas
Os galos de Runan trepam os muros e cantam.
Calaram-se as canções, a clepsidra vazia, mas a festa continua
A lua se oculta, poucas estrelas já, nasce no céu a manhã.
Rodam nas mil portas chaves em forma de peixe
Pegas e corvos voam dos muros do palácio e da cidade.
(Anónimo, in Uma Antologia de Poesia Chinesa. Trad.: Gil de Carvalho)
detalhe da pintura 'Céus de Outono Sobre as Montanhas' de Guo Xi
Solitários vazios montes, ninguém à vista
Ecos somente de vozes humanas.
Um sol tardio entra no bosque fundo
Brilha de novo o musgo verde.
(Wang Wei, in Uma Antologia de Poesia Chinesa. Trad.: Gil de Carvalho)
*******
[Ao Cantar do Galo]
Vai nascer a aurora, a leste, brilham ainda as estrelas
Os galos de Runan trepam os muros e cantam.
Calaram-se as canções, a clepsidra vazia, mas a festa continua
A lua se oculta, poucas estrelas já, nasce no céu a manhã.
Rodam nas mil portas chaves em forma de peixe
Pegas e corvos voam dos muros do palácio e da cidade.
(Anónimo, in Uma Antologia de Poesia Chinesa. Trad.: Gil de Carvalho)
detalhe da pintura 'Céus de Outono Sobre as Montanhas' de Guo Xi
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