Dylan Thomas será o mote de um festival que durará todo o ano de 2014 e decorrerá nas várias cidades que guardam memórias do escritor
O País de Gales prepara-se para assinalar o centenário do nascimento do poeta, ficcionista e dramaturgo galês Dylan Thomas (1914-1953) com um festival que durará o ano todo e que decorrerá nas várias cidades que guardam memórias do escritor, de Swansea, onde nasceu, a Laugharne, onde morou no final da vida, numa casa — a Boathouse — entretanto transformada em museu. O programa de actividades, da responsabilidade do governo autónomo do País de Gales e da secção galesa do British Council, deverá ainda incluir diversas iniciativas no estrangeiro, desde logo nos Estados Unidos (Dylan Thomas passou várias temporadas no país e morreu em Nova Iorque), mas também na Austrália, na Índia ou na Argentina. O objectivo é divulgar ainda mais a obra de Thomas, mas também trazer turistas ao País de Gales. O chefe do governo autónomo do País de Gales, Carwyn Jones, admirador assumido do poeta, disse ao jornal The Guardian esperar que “muitos visitantes se sintam encorajados” a visitar a região e a “descobrir a fonte de inspiração por trás do legado” que Thomas deixou. Várias figuras públicas aceitaram já ser “embaixadores” destas comemorações, do actor americano Martin Sheen à poetisa escocesa Carol Ann Duffy.
O programa consagra também a reconciliação do País de Gales com um poeta que nem sempre foi muito apreciado pelos seus conterrâneos, quer pelo facto de escrever em inglês, quer pela sua reputação de alcoólico e desordeiro. Para mote das celebrações, foi escolhida uma expressão que Dylan Thomas usa no drama radiofónico Under Milk Wood — Starless and Bible Black —, e da qual já a banda King Crimson se tinha apropriado nos anos 70 para dar título a um dos seus álbuns. Grande poeta de linhagem romântica, mas difícil de enquadrar em qualquer um dos movimentos neo-românticos do seu tempo, surrealismo incluído, Dylan Thomas é um dos nomes centrais da poesia inglesa do século XX, a par de Auden e Eliot. O seu poema mais célebre é provavelmente o que abre com o verso “Do not go gentle into that good night”, que António Lobo Antunes traduziu livremente no título do seu romance Não Entres Tão Depressa Nessa Noite Escura.
Muito louvável essa iniciativa do País de Gales em dedicar o ano de 2014 para celebrar o centenário de nascimento de Dylan Thomas. Grande poeta que viveu tão pouco (39 anos) mas, que ainda teve tempo de nos deixar um legado poético que o tornou um dos maiores influenciadores de toda uma geração de escritores.
ResponderEliminar"Tudo o que importa é o eterno movimento que há por trás da poesia, a vasta corrente subterrânea da dor, da loucura, da pretensão, da exaltação ou da ignorância humanas por mais sublime que seja a intenção do poeta."[Dylan Thomas]
Excelente postagem, amigo David!
Grande abraço!
Elaine : )
Assim mesmo, é como diz.
ResponderEliminarGrande abraço, Elaine