Nas diversas tradições, fala-se com
frequência de uma linguagem misteriosa denominada "linguagem dos
pássaros", que somente os grandes Iluminados controlavam.
Esta designação é evidentemente simbólica, pois a importância atribuída a ela, como prerrogativa de uma alta iniciação, não permite que seja tomada de forma literal. Tanto é, que se lê ainda no Alcorão: "E Salomão foi o herdeiro de Davi; e disse: 'Ó homens, temos sido instruídos na linguagem dos pássaros'".
No sufismo, a língua dos pássaros é a própria língua dos anjos mística. A Linguagem dos Pássaros (Mantiq at-Tair em persa) é um poema místico com 4.647 versos escrito no século 12 pelo poeta Farid ud-Din Attar, um dos grandes luminares sufis.
Um grupo de pássaros desejava encontrar a seu rei; então pediram à poupa sábia (um pássaro com crista em forma de abano) que lhes ajudasse em sua busca. A poupa lhes disse que o rei que estão procurando se chama Simurgh (que significa em persa Trinta Pássaros) e que vive escondido na montanha de Kaf, porém, é uma viagem muito difícil e perigosa.
Os pássaros imploram à poupa que os guie. A poupa aceita e começa a ensinar a cada pássaro de acordo com seu nível e temperamento. Ela lhes diz que para alcançar o alto da montanha, necessitam atravessar cinco vales e dois desertos; quando tiverem passado o segundo deserto, entrarão no palácio do rei. Os de vontade débil, temerosos da viagem, começam a por desculpas...
"O que Attar quer dizer com essa simples conversação? Nós, humanos, temos o desejo de buscar a perfeição, mas muitas vezes tendemos a parar o processo tão logo detectamos o mais ligeiro sinal de progresso. Isto é especialmente certo nos aspirantes ao caminho espiritual: muitos buscadores estão encantados com as primeiras etapas do despertar e o confundem com a completa iluminação.
Attar nos adverte de tais perigos: "Não devemos confundir o amor do imaginário com o amor do Real. Por esta razão, o rouxinol tem de abandonar seu enganoso apego pela rosa para buscar o Eterno Amado".
Obra imperdível para quem deseja conhecer a força e a beleza poética do sufismo.
Esta designação é evidentemente simbólica, pois a importância atribuída a ela, como prerrogativa de uma alta iniciação, não permite que seja tomada de forma literal. Tanto é, que se lê ainda no Alcorão: "E Salomão foi o herdeiro de Davi; e disse: 'Ó homens, temos sido instruídos na linguagem dos pássaros'".
No sufismo, a língua dos pássaros é a própria língua dos anjos mística. A Linguagem dos Pássaros (Mantiq at-Tair em persa) é um poema místico com 4.647 versos escrito no século 12 pelo poeta Farid ud-Din Attar, um dos grandes luminares sufis.
Um grupo de pássaros desejava encontrar a seu rei; então pediram à poupa sábia (um pássaro com crista em forma de abano) que lhes ajudasse em sua busca. A poupa lhes disse que o rei que estão procurando se chama Simurgh (que significa em persa Trinta Pássaros) e que vive escondido na montanha de Kaf, porém, é uma viagem muito difícil e perigosa.
Os pássaros imploram à poupa que os guie. A poupa aceita e começa a ensinar a cada pássaro de acordo com seu nível e temperamento. Ela lhes diz que para alcançar o alto da montanha, necessitam atravessar cinco vales e dois desertos; quando tiverem passado o segundo deserto, entrarão no palácio do rei. Os de vontade débil, temerosos da viagem, começam a por desculpas...
"O que Attar quer dizer com essa simples conversação? Nós, humanos, temos o desejo de buscar a perfeição, mas muitas vezes tendemos a parar o processo tão logo detectamos o mais ligeiro sinal de progresso. Isto é especialmente certo nos aspirantes ao caminho espiritual: muitos buscadores estão encantados com as primeiras etapas do despertar e o confundem com a completa iluminação.
Attar nos adverte de tais perigos: "Não devemos confundir o amor do imaginário com o amor do Real. Por esta razão, o rouxinol tem de abandonar seu enganoso apego pela rosa para buscar o Eterno Amado".
Obra imperdível para quem deseja conhecer a força e a beleza poética do sufismo.
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