“The shadow of the dome of pleasure
Floated
midway on the waves;
Where was
heard the mingled measure
From the
fountain and the caves.
It was a
miracle of rare device,
A sunny
pleasure-dome and caves of ice!”
Sim, são versos do fantástico, onírico e misterioso poema “Kubla Khan:
or a vision in a dream. A fragment” (1797), do poeta inglês Samuel
Taylor Coleridge (1772-1834), um magnífico, ainda que fragmentário devaneio
lírico, que, segundo o poeta contou, lhe teria aparecido em sonhos, como uma
oferta...
Aconteceu assim:
Em 1797 quando vivia em Somerset, em Exmoor, em casa do seu amigo Wordsworth e mulher, numa tarde de verão fumou ópio e adormeceu a ler uma passagem do Purcha’s Pilgrimage, que relata a construção do célebre palácio do Imperador chinês Kubla Khan (1215-1294), -o grande Imperador Mongol que conquistou a China e que Marco Polo visitou-o, em Shang-tu (Xanadu).
Em 1797 quando vivia em Somerset, em Exmoor, em casa do seu amigo Wordsworth e mulher, numa tarde de verão fumou ópio e adormeceu a ler uma passagem do Purcha’s Pilgrimage, que relata a construção do célebre palácio do Imperador chinês Kubla Khan (1215-1294), -o grande Imperador Mongol que conquistou a China e que Marco Polo visitou-o, em Shang-tu (Xanadu).
"A leste de Shang-tu, Kubla Khan erigiu um palácio,
segundo um plano que havia visto em um sonho e que guardava na memória".
Quem escreveu isto foi o vizir de Gashan Mahmud, que descendia de Kublah.
Um imperador mongol, no século XIII, sonha um palácio e o edifica conforme a visão; no século XVIII, um poeta inglês que não podia saber que esta construção se originou de um sonho, sonha um poema sobre o palácio...”
Ao acordar desse sono profundo, contou ao amigo que compusera em sonho umas 200 ou 300 linhas sobre esse tema. Sentou-se à mesa e começou a escrever os versos que formam o “fragmento”.
Tendo sido interrompido durante
a escrita por alguém –“ a person from Porlock”-, ao retomar o trabalho,
descobre que o resto do poema se lhe apagara na mente, desaparecera da
memória...
Visões, uma cornucópia de
imagens iridescentes, sugerindo outros mundos, o rio sagrado caindo com fragor
numa fonte, o palácio do Khan, as cavernas, o “sunless sea”, o interior dos
jardins paradisíacos onde surge a luz do sol, a cor.
E uma donzela...
E uma donzela...
Disso tudo, restam oito ou
dez linhas dispersas, o resto dissipara-se “tal como as imagens na
superfície de um rio para dentro do qual se atirou uma pedra...”, diz o
poeta.
Curioso, fui ler no “actual” manual de Literatura Inglesa (Oxford Concise
Companion to English Literature) que actualmente me tem acompanhado, e que
recomendo, consultei a net e encontrei alguns “blogs”
interessantes.
No blog Afonso Henriques Rodrigues, li um “post” muito bem feito, de 26 de Novembro de 2008, intitulado “O sonho de Coleridge”:
No blog Afonso Henriques Rodrigues, li um “post” muito bem feito, de 26 de Novembro de 2008, intitulado “O sonho de Coleridge”:
"A leste de Shang-tu, Kubla
Khan erigiu um palácio, segundo um plano que havia visto em um sonho e que
guardava na memória".
Quem escreveu isto foi o vizir de Gashan Mahmud, que descendia de Kubla.Um imperador mongol, no século XIII, sonha um palácio e o edifica conforme a visão; no século XVIII, um poeta inglês que não podia saber que esta construção se originou de um sonho, sonha um poema sobre o palácio."
Quem escreveu isto foi o vizir de Gashan Mahmud, que descendia de Kubla.Um imperador mongol, no século XIII, sonha um palácio e o edifica conforme a visão; no século XVIII, um poeta inglês que não podia saber que esta construção se originou de um sonho, sonha um poema sobre o palácio."
Coleridge
NOTAS:
(*)
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