Não ao Acordo Ortográfico que nos querem impor. Sou inteiramente contra as regras do acordo, que invadiu quase todos os órgãos de comunicação social, escrita e audiovisual. Raros são os meios de comunicação que resistem a esse chorrilho de disparates que introduziram na língua portuguesa dois ou três filólogos sem a menor relevância, baseados em argumentos falaciosos da unidade da língua (em Portugal e nos restantes países da lusofonia). Pelo contrário, a língua passou a ter mais variantes que antes deste absurdo acordo.
No Brasil, há palavras que continuam a escrever-se correctamente, enquanto em Portugal, elas passam a uma grafia nova sem sentido e sem respeito pelas raízes latinas da língua. Veja-se o caso de "Recepção". No Brasil, a palavra continua a grafar-se desta maneira, enquanto em Portugal, o Acordo Ortográfico fez cair o "p", passando a "Receção". Ora, qual a diferença de "Receção" para recessão? Nenhuma, a não ser a pronúncia. Acresce a isto que, nos restantes países europeus, segue-se a norma e a palavra adopta a sua configuração correcta, segundo a sua raiz, algo como (penso no inglês ou no francês, mais universais) "Reception". Muitos exemplos poderiam ser dados: como distinguir a forma verbal "pára" da preposição "para"? Porque razão o acordo prevê a grafia do nome do país como sendo "Egito" - que aliás, grafado desta maneira é um nome próprio -, quando ao nos referirmos aos habitantes desse país, os designamos por "egípcios"? Tudo isto, e o mais que aqui não é dito, é incongruente. Daí que todas as acções e iniciativas em prol do combate ao "desacordo ortográfico" em que nos colocaram, são bem-vindas. Alguns cidadãos empenhados já estão a agir no sentido da revogação do A.O. Devemos apoiá-los e devemos resistir, pelo exemplo e pela palavra, a usar o famigerado acordo.
Veja e assine a ILC contra o Acordo ortográfico: http://ilcao.cedilha.net/
Sem comentários:
Enviar um comentário