sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Rodrigo Emílio, 5 quadras à solta

RODRIGO EMÍLIO (Rodrigo Emílio nasceu em Lisboa a 18 de Fevereiro de 1944, - Lisboa, 28 de Março de 2004 ), poeta tão esquecido na vida e na morte, e de tão largo merecimento, que merece ser repetidamente recordado.


5 Quadras à solta, como 5 velas d’anos em louvor do Tiaguinho
e do principe seu irmão 

Há dois postigos que trago
sempre no peito comigo:
por um, espreita o Tiago;
por outro, espreita o Rodrigo.

De cada vez que os abro,
fica-me parvo o umbigo,
ao ver: de um lado, o Tiago;
do outro lado, o Rodrigo.

Comem uvas, bago a bago;
papam figos, figo a figo...
Não perde um bago, o Tiago,
Não perde um figo, o Rodrigo.

(Se o bago te fôr amargo,
põe-no de lado, Tiago!
Larga o bago! Evita o perigo!
Troca por figos o bago;
depenica com o Rodrigo.
... E, sem causares grande estrago
chama um figo a cada figo!

Por este andar, não acabo
e ainda apanho um castigo
do Rodrigo ou do Tiago
ou até, do Pai Rodrigo...
...e, então, é que é o diabo...!
Estou feito ao bife comigo!...

Sendo assim, já não vos chago
mais por hoje, com o que digo.

Parabéns, para o Tiago!
... E oito chôchos, p’ró Rodrigo.

Há dois postigos que trago
sempre no peito comigo:
ligo um – sai-me o Tiago;
do outro – sai-me o Rodrigo.

(Nunca por nunca os apago
dos olhos de avô e amigo!...)

Estoril, aos 8 de Dezembro de 2003

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