quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Dürer e Wittgenstein


Albrecht Dürer, Retrato de homem com 95 anos - 1521
Gosto de pensar que este velho de 95 anos desenhado por Albrecht Dürer (1471-1528) em 1521 pensa no futuro, mais que na vida vivida. Do que viveu terá aprendido o que mais tarde lapidarmente Wittgenstein escreveu:
6.373.       O mundo é independente da minha vontade.
6.374.        Ainda que tudo o que desejamos acontecesse, isto seria apenas, por assim dizer uma graça dada pelo destino, uma vez que não existe uma conexão lógica entre a vontade e o mundo que a garantisse, e a suposta conexão física também não a poderíamos por sua vez desejar.
5.1361.     Não podemos inferir os acontecimentos futuros dos acontecimentos presentes.
A crença no nexo causal é a superstição.
5.1362.     O livre arbítrio consiste no facto de as acções futuras não poderem ser conhecidas no presente. Só poderíamos conhecê-las se a causalidade fosse uma necessidade interior, como a da inferência lógica. — A conexão entre o saber e o que se sabe é a conexão da necessidade lógica.
Ludwig Wittgenstein (1889-1951) in Tratado Lógico-Filosófico com tradução de M. S. Lourenço

2 comentários:

  1. Este é um discurso de pessoas que têm aversão pelo trabalho. Que busca justificar a preguiça e o descaso. A ação humana planejada produziu toda a realidade que temos hoje.
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    1. A posição teórica de de Wittgenstein é por demais conhecida. Relativamente à sua opinião, Boby Johnson, respeito-a. Claro que a acção humana é fundamental na criação da realidade conhecida.
      O ter eu feito este post é por achar que se coaduna bem a imagem e o texto. Mas, repito, a posição do filósofo, se bem que ex-cêntrica, é defensável.

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