domingo, 9 de dezembro de 2012

Infante das Sete Partidas

 
 
Faz hoje, 9 de Dezembro, anos o infante D. Pedro, o das Sete Partidas, nascido de D. João I e D. Filipa de Lencastre, em 1392. O corpo da sua empresa era a Balança, com a divisa «Désir», desejo-aspiração-amor do Amor, em ramos do áspero carvalho, uma das árvores mais características de Portugal.
Fernando Pessoa cantou-o ou celebrou-o assim na "Mensagem": «Claro no pensar, e claro no sentir, / E claro no querer; / Indiferente ao que há em conseguir / Que seja só obter; / Dúplice dono, sem me dividir, / De dever e de ser».
Culto viajante e diplomata europeu (1425-1428, donde brotou o famoso "Livro do Infante D. Pedro de Portugal que andou as quatro partidas do Mundo", escrito por Gomes de Santo Estêvão), infausto na regência de sete anos de Portugal (ao morrer heroicamente em 1449 na batalha de Alfarrobeira contra seu sobrinho, o rei D. Afonso V), mas na qual respeitou as vozes municipais e apoiou os Descobrimentos, sempre foi sábio e independente, tal como afirmou no conselho reunido para deliberar a ida falhada a Tânger, que não lhe parecia muito adequada: «O principal intento é servir a Deus; peço-vos por mercê que saibais como o deveis fazer, e não como quereis ou podeis».
Tinha por isso também como empresa um rochedo atravessado por uma espada, empunhada por uma mão saindo das nuvens, símbolo da união da sua vontade, na matéria mais densa, com a vontade divina, ou da sua acção e intuição...
Deixou-nos algumas traduções de Cícero e Séneca e escreveu o “Livro da Virtuosa Benfeitoria”, a arte de fazer e viver o bem firmemente, escrevendo na dedicatória a seu irmão e rei D. Duarte: «o sabedor de feitos alheios não tem em costume julgar de ligeiro»... «e assim as nossas vontades sempre fundemos em as perfeições mais altas e maiores das nobres virtudes»....
Os seus conselhos aos governantes (e aos seus mais protegidos) são mais do que nunca actuais: "Um só cuidado devem ter os Príncipes, esguardar em todas suas obras o proveito dos súbditos e esquecer os próprios desejos. Outro mandado é que por tal maneira curem eles o corpo da humanidade, que, em dando saúde a uma parte, não desemparem o todo."...
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