segunda-feira, 27 de maio de 2013

A minha homenagem ao Capitão Barros Basto (Ben-Rosh)





Na intenção de aliar a minha homenagem (tardia) à que foi prestada à memória desta ilustre figura do nosso Passado ainda tão recente, com a "Reabilitação e reintegração no Exército do Capitão de Infantaria Artur Carlos Barros Basto que foi alvo de segregação político-religiosa no ano de 1937"(resolução com data de 25 de Julho de 2012) recorro ao investigador Amílcar Paulo, que em “Os Judeus Secretos em Portugal”, reproduz a história da família de Barros Basto conforme o próprio Capitão a contava. Dou pois a palavra a Amílcar Paulo:

“Segundo ele conta, num folheto de cinquenta e duas páginas, publicado em 1920 e intitulado Linhagem de Arthur Ben Rosh, é a sua família descendente em varonia de reis de Israel, tombada em desgraça com a entrada dos Romanos na Palestina. Yudah Ben-Rosh, aprisionado e feito escravo dum nobre romano, cativa a afeição do seu senhor, o qual toca lira e Kinor, entoando cânticos. O nobre seu senhor instituiu-o herdeiro de todos os seus bens, entre os quais uma villa em Espanha(*), junto a Córdova. Flávio, seu filho, vem residir nesta villa fugindo secretamente de Roma por motivo de uma insurreição na Palestina, da parte dos Hebreus contra os Romanos. No tempo do Imperador Juliano, protector dos Judeus, os Ben-Rosh distinguiram-se em Córdova. Muitos outros membros desta família ocuparam lugares de destaque quer em Granada, quer em Sevilha. No séc XIV, um seu descendente, devido a certa perseguição contra os hebreus movida pelo monge Vicente Ferrer, teve de se converter ao cristianismo – conversão aparente, com que se passou a Portugal e a praticar livremente o judaísmo. Em Portugal, o apelido Ben-Rosh evoluiu para Barros. Vejamos agora a própria narração do capitão Barros Basto:

Joseph, filho de Diogo de Barros, nasceu em Lisboa em 1452, consagrou a sua vida ao estudo da religião e da astronomia, gozando dos bens que seu pai lhe legara, vivendo em boa paz com os nazarenos e os da sua nação. Tendo morrido o rei D. João, que muito privava com a gente hebreia, sucedeu-lhe um outro de nome Manuel, que, logo que tomou o poder, ordenou que fossem mandados fora do reino todos os de nação que não quisessem ser cristãos.
Nesse tempo, Joseph e seu filho Daniel foram feitos cristãos à força, e desta arte conservaram seus benefícios, porém, em seu coração, continuaram a servir ao senhor Deus de seus pais.
Depois destes sucessos, como Joseph tivesse casa e outros bens em terras de Basto, tomou para si e para a sua família o nome de Barros Basto.”




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(*) Subentenda-se – Hispânia
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in: Amílcar Paulo, “Os Judeus Secretos em Portugal”, Editorial Labirinto, 1985
pág 40/41
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